sexta-feira, 20 de agosto de 2010

:: Como escolher a música de trabalho? Observando detalhes no lançamento de um projeto ::

Enviada em 16/08/10 por Maurício Soares.

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Dentro do processo de planejamento no lançamento de um álbum, a escolha da primeira música a ser divulgada nas mídias é tão importante quanto a fase de escolha de repertório ou mesmo da produção musical. Recentemente as gravadoras evangélicas passaram a investir mais no conceito de single também chamado de “música de trabalho”. O single nada mais é do que uma música com grande qualidade, apelo junto ao público e que deve ser maciçamente executada nas rádios.



E como escolher a música de trabalho?



São alguns aspectos técnicos que devem ser avaliados na escolha do single, tais como a qualidade da música em si, seu apelo junto ao público, um refrão de fácil assimilação por parte do ouvinte, arranjos agradáveis e diferenciados e até mesmo o tempo total da faixa.



O single deve ser uma canção que destaca-se entre o repertório do álbum. Geralmente é uma canção que na montagem da ordem do CD não deve estar além da terceira faixa. É uma música que traz uma sonoridade diferenciada rompendo com a linearidade do álbum. Uma dica que sempre dou aos artistas é que o repertório deve ser testado in loco, que neste caso corresponde às apresentações do artista em eventos e igrejas. Se uma música não consegue emplacar junto ao público em apresentações ao vivo é porque ela merece algum acerto ou mesmo ser destituída de sua posição no repertório do CD. Aproveite ao máximo as oportunidades para “testar” ao vivo e a cores as músicas que irão fazer parte de seu novo projeto.



Ainda neste mesmo “teste de prova”, observe a reação da platéia à apresentação da música. Veja atentamente se o público em poucos acordes foi conquistado pela canção. O segundo passo é observar se o refrão em pouco tempo é repetido pelo público. Se quiser frisar melhor a canção, faça um ensaio antes de apresentar a canção e ensine rapidamente o refrão ao público. Observação é a chave do sucesso!



Um single não deve ultrapassar os 4 minutos de duração. Hoje em dia as canções têm entre 3 a 4 minutos de duração, o que facilita a execução nos exíguos minutos disponíveis nas programações das FMs. Se sua canção tem tempo superior a estes 4 minutos, providencie uma versão mixada especial para rádios e mantenha a versão original exclusivamente no CD. Dificilmente você conseguirá que os programadores de rádio sejam complacentes com sua música e acatem 6, 7 minutos de música. E pior, se você não oferecer a versão mixada, corre o sério risco de se deparar e ouvir sua canção ser mutilada por qualquer operador de estúdio sem qualquer compromisso com a qualidade de sua música! Não corra este risco de jeito algum!



Um álbum promissor é aquele que consegue reunir 3 a 4 músicas de destaque. O pior álbum é aquele clássico CD de uma música só, como infelizmente nos deparamos aos borbotões no mercado fonográfico. Outra preocupação que devemos ter na escolha do single é que esta canção deve ser aquela que referenda o estilo musical do intérprete. Em poucas palavras, se um artista sertanejo resolve incluir uma canção pop rock em seu CD e esta canção realmente é fortíssima candidata ao posto de single, esta é uma decisão que deve ser repensada afinal o single é aquela canção que apresenta o estilo do artista. Imagine que este cantor sertanejo ‘estoure’ nas FMs com essa canção pop rock e aí o consumidor ao adquirir o CD perceba que o estilo dele é sertanejo brega. O resultado é claro! O consumidor comprou gato por lebre. Então observe que o single tem que ter alguma relação com o estilo do artista ou da maior parte das canções do CD.



Geralmente um single deve ser investido entre 90 a 120 dias, tempo necessário para perceber-se se a canção foi ou não aceita pelo público. Neste caso é fundamental acompanhar o feedback dos ouvintes nas rádios e na web. Após esta etapa deve-se observar a reação do público à canção e só então decidir-se por “virar uma nova faixa”, ou seja, investir num segundo single do CD. Por favor, não caia na tentação de trabalhar 2 ou 3 músicas simultaneamente. Isto é sinal de falta de planejamento e mesmo de afobação!



Entre as ações de fortalecimento de um single, vale a pena investir na produção de um vídeo clipe. Enfim, toda e qualquer ação de suporte à massificação da canção de trabalho é sempre bem vinda! Pra terminar, seja o mais democrático possível na escolha do single. Lembre-se de que esta decisão irá interferir decisivamente na trajetória de sucesso ou fracasso do CD. Além de ouvir atentamente as opiniões de seus músicos e produtor, se possível converse com algum profissional de rádio. Geralmente a leitura deles para a escolha de um single é bastante importante porque serão eles, de alguma forma, que irão trabalhar com este material, no caso, a música.



Mauricio Soares é publicitário, tricolor carioca, profissional com horas e horas de audições e com uma boa bagagem na escolha de singles entre tantos e tantos lançamentos e nem por isso, convicto de que todas as suas decisões são realmente as mais acertadas.



Fonte: Observatório Cristão



















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